quinta-feira, 15 de março de 2012

Para o pessoal do 3º ano, sobre a II Guerra Mundial - Hitler

O lance é o seguinte: baixem o podcast no site Jovem Nerd. Escutem em seus players e - ao mesmo tempo - estudem para o teste nas próximas semanas.

Abraço,
Gabriel


É só vocês clicarem na imagem acima que serão redirecionados para o site e seguirem as instruções.

terça-feira, 13 de março de 2012

Aristóteles - 1º ano - 15/03 + Mito da caverna de Platão em HQ(vídeo)

Nasceu em Estagira, na península macedônica da Calcídica (por isso é também chamado de o Estagirita). Era filho de Nicômaco, amigo e médico pessoal do rei Amintas 2o, pai de Filipe e avô de Alexandre, o Grande.

Aos 16 ou 17 anos, Aristóteles mudou-se para Atenas, então o centro intelectual e artístico da Grécia, e estudou na Academia de Platão até a morte do mestre, no ano 347 a.C.

Depois disso, passou algum tempo em Assos, no litoral da Ásia Menor (atualTurquia), onde casou-se com Pítias, a sobrinha do tirano local. Sendo este assassinado, o filósofo fugiu para Mitilene, na ilha de Lesbos. Foi depois convidado para a Corte da Macedônia onde, durante três anos, exerceu o cargo de tutor de Alexandre, mais tarde "o Grande".

Em 355 a.C. voltou a Atenas e fundou uma escola próxima ao templo de Apolo Lício, de onde recebeu seu nome: Liceu. O caminho coberto ("peripatos") por onde costumava caminhar enquanto ensinava deu à escola um outro nome: Peripatética. A escola se tornaria a rival e ao mesmo tempo a verdadeira herdeira da Academia platônica.

Com a morte de Alexandre, em 323 a.C., o imenso império por ele erguido esfacelou-se. Em Atenas eclodiu um movimento que visava a restaurar a independência da cidade-Estado. Malvisto pelos atenienses por sua origem macedônica, foi acusado de "ateísmo" ou "impiedade". Para não ter o mesmo fim de Sócrates, condenado ao suicídio, exilou-se voluntariamente em Cálcida, na ilha da Eubéia, onde morreu um ano depois.

Aristóteles é considerado um dos mais fecundos pensadores de todos os tempos. Suas investigações filosóficas deram origem a diversas áreas do conhecimento. Entre outras, podem-se citar a biologia, a zoologia, a física, a história natural, a poética, a psicologia, sem falar em disciplinas propriamente filosóficas como a ética, a teoria política, a estética e a metafísica.

Cada uma dessas áreas é discutida minuciosamente pelo filósofo. Suas investigações, muitas vezes de caráter exploratório, não chegavam a conclusões definitivas. De modo geral, Aristóteles fazia uma lista das hipóteses já enunciadas sobre determinado assunto e demonstrava sua inconsistência para, a seguir, buscar respostas que preservassem o melhor das hipóteses analisadas.

As obras de Aristóteles que sobreviveram ao tempo foram obtidas a partir de anotações do próprio autor para suas aulas, de textos didáticos, de anotações dos discípulos, ou ainda de uma mistura de várias fontes. De suas obras destacam-se "Organon", dedicada à lógica formal; "Ética a Nicômaco" (cujo título indica o tema; Nicômaco era também o nome de seu filho); "Poética" e "Política". 






Filosofia, 3º ano texto para debate 15/03


CARLOS HEITOR CONY

Dentro de sua extensa temporalidade o homem procura compreender o mundo e a si mesmo


PRETENDE-SE colocar o homem no centro da História e da Arte. Mas que espécie de homem? Cada época teve um a seu agrado. O religioso, na Idade Média; o social, no século 19. O econômico, de Marx para cá. E houve o homem moral da Antiguidade clássica. E há o homem-homem despido de rótulos, quase uma abstração, o homem metafísico, das religiões em geral. Esse tipo de homem abastece principalmente o Humanismo: o tempo e o meio podem condicioná-lo, influí-lo, marcá-lo em sua maneira, mas nunca em sua essência. Oprimido ou opressor, estúpido ou gênio - os acidentes e incidentes servindo apenas para diferenciá-lo num espaço limitado de tempo e em medidas exclusivamente retóricas.
Bom, há ainda o homem eterno. Este é um absurdo de boa vontade, uma cômoda e pueril auto explicação. Mesmo que essa coisa extremamente finita que é o homem possua alguma faculdade imortal, ainda assim não será eterno: foi criado, era nada antes de ser - qualquer catecismo confirma isso. Dentro de sua extensa temporalidade (ia dizer infinita temporalidade), o homem procura compreender o mundo e a si mesmo. Os rótulos fabricados por ele e para ele vão caindo à medida que o tempo avança. Rei da Criação, Filho de Deus, Animal Racional, Bípede Implume, Pilar da Sociedade, Lobo do Homem. A lista é extensa e ridícula. Mas independente de sua compreensão, há que viver e o homem vive: é cidadão, estuda, casa, contrai dívidas, é imperador, papa, botânico, milionário, soldado, cantor de cabaré, louco de estrada, artista de cinema nacional.
Entra então um filósofo e pega o artista do cinema nacional e diz: eis um homem! Um romancista faulkneriano não pode chegar a isso e diz simplesmente: não é um homem, é vulgarmente um artista do cinema nacional. Chega finalmente o crítico e nega o filósofo e o romancista. Ao filósofo contradita: não é um homem, é um artista do cinema nacional. E ao romancista contraria: não é um artista do cinema nacional. É um homem.
Independente dessas emocionantes questões, tudo leva o homem à destruição. Dirão: não há destruição, há transformação, há até aquela frase muito repetida segundo a qual nada se cria e nada se destrói. Uma ova! Podemos retornar ao mamão de onde viemos, mas nunca eu serei um mamão. Células de mamão podem reviver em mim, mas o meu eu - meu gosto, minha miséria, meu pranto- jamais reviverão no mamão. Ou em outro homem.
Por isso, depois de mim o dilúvio, o tango e aquele poeta que vive comendo coisas.
De todos os conceitos com que se procura justificar o homem, o mais boçal é o da arte. O artista é o que mais se autopromove. Recrimina no homem de negócios a preocupação pelo lucro, a vantagem imediata e material, controlada todas as noites pelos computadores de última geração quando o lucro atinge proporções também eletrônicas. Tal preocupação, justamente por ser mensurável, é muito mais válida e honesta que a dos artistas, cujos valores são abstratos, especulativos, e, no mais das vezes, irreais.

Sim, a arte formou respeitável patrimônio através do tempo. Não importa que Homero tenha sido um conjunto de oito ou mais desocupados que escreviam epopeias homéricas. O valor dessas obras subsiste, e para quê? Para reprovar alunos nos bancos escolares, para servir de epígrafe a autores menores e, vez por outra, entusiasmar um erudito arredio da vida, trancado nos livros e no passado. Então surge a pergunta: por que, sabendo disso tudo, você também escreve livros? Resposta: não dou para vender terrenos, sou preguiçoso e burro, nem para advogado dei. Não, não foi vocação. Não há vocação para isso, como não há vocação para se ser bandeirinha de futebol. A coisa acontece quando se somam as decepções e quando vamos adquirindo a certeza de nossas limitações. Alvíssaras!
Bem: há o esplendor da relva onde é bom amar, ainda que o amor seja breve como a glória da flor. A frase é parecida com um verso de Wordsworth, mas é minha mesmo.